segunda-feira, 20 de junho de 2011

Carta aberta aos alunos do Colégio da Penina



Estive a pensar em escrever esta carta para a minha professora Andreia mas depois achei melhor pedir-lhe que todos a lessem.
Estava triste porque o ano lectivo estava quase a terminar e apercebi-me que os nossos colegas do 4º ano tinham de ir embora. Isso fez-me pensar que, um dia, quando estiver no final do 4º ano, também terei de sair.
Então pensei que talvez pudéssemos mudar isso e imaginei que poderíamos ficar até ao 12º ano. Bastava falar com o meu amigo Pedro Paula para ele pedir ao pai para construir mais um andar em cima da nossa escola. Se continuássemos a construir mais andares até poderíamos ter uma universidade. Outros pais também poderiam ajudar…o pai da Nicole, podia fazer as janelas. Lembrei-me de falar com o Leandro para ele pedir à mãe para também dar aulas na universidade. Para além das professoras, as auxiliares podiam ajudar. A Ita sabe explicar tudo muito bem e é muito nossa amiga. A Sandra tem muito jeito para arrancar dentes e também nos podia ensinar! A dona Helena faz muito bem comida e sabe fazer roupa e por isso podia ensinar-nos sobre moda, culinária ou nutrição. Também falaria com a Rebecca para ela pedir ao pai para montar uma pizzaria com esplanada num dos recreios e uma geladaria com gelados de chocolate no outro recreio. Eu adoro gelados de chocolate!!
O professor Vitor podia criar a tuna académica da Universidade da Penina. A Francisca do 1º ano tocava piano e eu tocava o meu trompete. O Martim Fonseca e o José Pedro tocavam guitarra, a Luciana, a Sofia e a Beatriz dançavam, o Manuel, o António e o Nuno ficavam no coro, o Gui, que tem jeito para consolas, podia gravar-nos um CD, a Iara podia desenhar um cartaz enorme da nossa tuna, o Duarte, o Jano e a Matilde tocavam tambores, a Laura era a nossa estrela e voava durante o espectáculo. O Francisco ficava a vender os bilhetes porque é muito simpático.
Se isto não for possível continuarei triste porque não quero deixar de sonhar, nem quero perder os meus amigos ou sequer sair desta escola um dia!
Apesar de ser um sonho, o meu pai disse-me que, se muitas pessoas acreditarem no mesmo sonho, ele pode realizar-se. Eu queria pedir a todos os meninos do Colégio da Penina que acreditem no meu sonho e de certeza que, vamos ficar a crescer, a brincar e a aprender para sempre juntos na grande Universidade da Penina.
Texto: Martim Barradas, 1º Ano

Desenho: Catarina, 5 anos